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ORAÇÃO
Ó Pai,
dignai-vos abrasar o meu coração com o fogo do Espírito Santo, como inflamastes o coração dos Apóstolos no Dia de Pentecostes.
E que este fogo penetre até a medula da minha alma, a fim de que as águas das tribulações não possam extinguir a caridade. Amém. - (São Francisco de Sales)

Três coisas para termos presente:
1 - Sentido do Ano Jubilar e o Ano Jubilar Salesiano
2 - Retiro anual: convite à renovação
3 - Caminhar com os pés no chão: nossas fragilidades e o começar sempre de novo

Sentido bíblico do Ano Jubilar
Chamava-se ano do Jubileu aquele que vinha depois de sete anos sabáticos (Lv 25.8 a 11). Este 50º ano era anunciado pelo som de trombetas. A terra, como no simples ano sabático, devia ficar sem cultura, sendo os frutos somente colhidos pelos pobres – mas o povo podia caçar ou ganhar o seu sustento de qualquer outro modo. No ano do jubileu todos os servos ou escravos estavam em condições de obter a sua liberdade (Lv 25.39 a 46 – Jr 34.8 a 14). As terras do país, bem como as casas das cidades dos levitas, que haviam sido vendidas durante os precedentes cinqüenta anos, voltariam para os vendedores (Lv 25.17 a 28 – 27.16 a 24) (cf. Dicionário Bíblico).

Sentido do Ano Jubilar Salesiano
- Voltar ao original, ao autenticamente salesiano.
- Beber nas fontes salesianas: SFS e SJC
- É uma oportunidade especial para conhecer mais profundamente e encarnar os ensinamentos de São Francisco de Sales como nosso principal patrono, e de Santa Joana Francisca de Chantal como nossa patrona secundária.

Objetivos do Ano Jubilar Salesiano
- O objetivo da celebração do duplo jubileu é renovar nossa vida espiritual salesiana;
- Aproveitar esta oportunidade para tornar os dois santos mais familiares ao mundo, no cumprimento de uma das primeiras missões da Congregação: “viver e difundir a doutrina salesiana” (Const. 11).
- Buscar nas fontes salesianas iluminação e inspirações diante de desafios de hoje, como a pandemia, a cultura do descartável, nossa casa comum, a violência, o diálogo, etc.

Cinco etapas no itinerário rumo à vida de santidade - Filoteia
5º RENOVAR
4º COMBATER
3º FAZER
2º REZAR
1º SAIR

5º RENOVAR
Como renovar-se e manter-se na vida em Deus
Hoje os relógios dão corda automaticamente. Antigamente, era preciso dar corda anualmente.
A renovação de nossa vida espiritual não é algo automático. Precisamos parar, avaliar, e renovar-nos na caminhada. É preciso colocar óleo, lubrificar, limpar uma máquina para que funcione bem sempre... Tal avaliação, limpeza e retomada da vida espiritual deve ser feita ao menos uma vez ao ano. Isso vai reparar as forças debilitadas, reanimar o fervor da vida espiritual, fazer reviver as boas resoluções e reflorescer as virtudes. Esse era o sentido da renovação anual das promessas de batismo nas antigas comunidades cristãs.
É importante renovar de tempo em tempo os bons propósitos. A nossa fragilidade humana nos leva a abandonar facilmente nossos bons propósitos. Por isso, como as precisamos nos elevar a Deus continuamente. Isso não é algo automático.
A vida segundo a carne e a vida segundo o espírito estão em luta contínua em nós.
Assim como o pássaro precisa continuamente bater as asas para permanecer voando, assim também nós: a vida espiritual deve permanecer ativa em nós.

Renovar o relógio requer trabalho e tomada de decisões...
- Limpar o que está sujo, remover com óleo, se necessário, o que prejudica ao bom funcionamento do mesmo
- Consertar o que se estragou
- Remover o que não precisa. Abandonar o que se tornou lixo.
- Colocar novas peças
- Lubrificar todas as peças
... Com jeito... e com certas atitudes...
Tudo isso deve ser feito com cuidado, delicadeza, paciência, atenção. O uso de força ou
a pressa poderia destruir, quebrar, machucar, levando a piorar ao invés de melhorar o
relógio.

O RECONHECIMENTO DA NOSSA FRAGILIDADE HUMANA
- Talvez nunca como agora na história, a Igreja reconhece a fragilidade de seus pastores.
- Quantos pedidos de perdão dos Papas recentes... Quantos reconhecimentos de abusos (sexuais, poder, riqueza).
- Professar os votos não leva automaticamente a viver uma vida de pobreza, casta e obediente, como Jesus de Nazaré.
- É interessante notar que grandes personagens bíblicos, quando chamados, começam reconhecendo sua fragilidade e incapacidade. Vejamos alguns casos:
- Moisés: “Quem sou eu para ir ao faraó e tirar os filhos de Israel do Egito?” (Êx 3,11)
“Senhor, não tenho facilidade para falar... Minha boca e minha língua são pesados” (Êx 4, 10).
- Isaías: “Ai de mim, estou perdido! Sou homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros” (Is 6,5).
- Jeremias: “Ah, Senhor Javé, eu não sei falar, porque sou jovem” (Jer 1,6).
O apóstolo Paulo: “De fato, eu sou o menor dos apóstolos. Nem mereço ser chamado de apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus” (1Cor 15,9).
- São Francisco de Sales chama a atenção: que nossa humildade e o reconhecimento de nossas fragilidades sejam verdadeiras. Há o perigo de usar um mecanismo de fingimento sutil: “Muitas vezes dizemos que não somos nada, que somos a própria miséria e lixo do mundo; mas ficaríamos bem pesarosos se nos tomassem ao pé da letra e que dissessem que somos justamente isso que dizemos ser... se tais palavras não saem de um espírito extremamente persuadido da verdade de sua própria miséria, são a flor da mais fina de todas as vaidades” (Vidal, F. Às fontes da alegria com São Francisco de Sales, Loyola, p. 64).
- Deus não precisa de nossa perfeição para chamar-nos, e nem para oferecer-nos as graças necessárias. São Paulo chega a dizer: “Quando sou fraco, então é que sou forte. Por isso, eu me alegro nas fraquezas, nas humilhações, nas necessidades, nas perseguição, nas angústias, por causa de Cristo” (2Cor 12,10).
- A Moisés, Javé disse: “Eu estarei com você... Quem dá a boca para o homem? Quem faz o mudo ou o surdo, o vidente ou o cego? Não sou eu, Javé? Agora, então, vá! Eu estarei em sua boca e lhe ensinarei o que você há de falar” (Êx 3,12; 4,11-12).
- A Isaías Javé disse: “Veja, isto aqui (a brasa) tocou os seus lábios: sua culpa foi removida, seu pecado foi perdoado”. Então a voz de Javé disse: “Quem é que vou enviar? Quem irá por nós?” Eu respondi: “Aqui estou. Envia-me!” (Is 6,7-8).
- A Jeremias Javé disse: “Não diga ‘sou jovem’, porque você irá para aqueles a quem eu o mandar e anunciará aquilo que eu lhe ordenar. Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo! Oráculo de Javé” (Jer 1,7-8).
- O apóstolo Paulo afirma: “Pela graça de Deus, sou o que sou. E sua graça concedida a mim não foi estéril. Pelo contrário, trabalhei mais do que todos eles. Não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (1Cor 15,10). O Senhor lhe diz: “É para longe, para as nações que eu enviarei você” (At 22,21).
“Alegro-me que você comece cada dia de novo. Não há meio melhor de realizar bem a vida espiritual que começar sempre de novo”. (S. F. S., Carta para a senhora Madeleine de la Fléchère, em 19.05.1608)
Para crescer, o caminho é o das “pequenas virtudes”, sem sonhar em combater os inimigos imaginários, mas viver na dinâmica da fidelidade nas pequenas coisas. “Deus deseja mais de nós a fidelidade às pequenas coisas que põe em nosso poder, que o ardor para as grandes que não dependem de nós” (Vidal, F. Às fontes da alegria com
São Francisco de Sales, Loyola, p. 81).
- As virtudes preferidas de uma pessoa a caminho da perfeição são a humildade e a simplicidade.
A humildade é o reto e honesto reconhecimento de nossa real condição de criatura, que se manifesta na modéstia do nosso ser e agir. “A verdadeira humildade desenvolve em nós um sentimento profundo de nossa miséria... Não consente que nos elevemos acima de nossos irmãos e não permite que atribuamos a nós mesmos algum bem que possa haver em nós”. Isso não significa negar o bem que existe de nós, pois isso seria mentira.
Significa, no entanto, que o que temos, temos recebido (Matos, Henrique C. J., Ao amor pelo amor, p. 96-97).

A simplicidade leva a ser transparente, sem duplicidades. Quem é simples não tolera uma mistura de interesses ou um agir com segundas intenções. A simplicidade é a virtude que vai diretamente ao essencial das coisas. “Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta” (Mt 6,26) (ibidem, p. 97).

Três questões para rezar:
“Se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, será que não acende uma lâmpada, varre a casa, e procura cuidadosamente, até encontrar a moeda? Quando a encontra, reúne amigas e vizinhas, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a moeda que tinha perdido’. E eu lhes declaro: os anjos de Deus sentem a mesma alegria por uma pecador que se converte” (Lc 15,8-10).
- Qual é a moeda que perdi, e que gostaria de reencontrar (olhando desde minha entrada no instituto)?

Três passos a dar:

1. Acender uma lâmpada.
2. Varrer a casa.
3. Procurar cuidadosamente.
Lembre-se: a moeda foi perdida, mas está dentro de casa...

Questão 2

“Quando sou fraco, então é que sou forte. Por isso, eu me alegro nas fraquezas, nas humilhações, nas necessidades, nas perseguição, nas angústias, por causa de Cristo”
(2Cor 12,10).
- Lembro-me de momentos em minha vida em que experimentei a força de Deus em minha fraqueza? Sou capaz de me alegrar em minhas fraquezas?

Questão 3

“Não há meio melhor de realizar bem a vida espiritual que começar sempre de novo” (S. Francisco de Sales).

Como essa frase repercute em mim neste momento de minha vida de Oblato?
Que provocações sinto diante desse convite?